5 de outubro de 2014

Saindo do lugar

O que me fez sair do lugar? Terei eu saído do lugar? E se saí, para onde fui? O que me fez escolher uma direção e não outra? Terei chegado a um lugar confortável para descansar? Haverá ainda algum lugar para descansar? Conseguirei eu descansar neste lugar? Uma coisa é certa: para onde quer que eu vá pontos de interrogação me acompanham. Acho que me tornei irrequieta e desconfiada.

E, justamente porque duvido, questiono, testo, desafio. No meu TCE me proponho a questionar padrões estabilizados na dança de salão, buscando possíveis brechas por onde remobilizar seus fazeres e dizeres. Entretanto, hoje me dei conta de que meu maior desafio talvez seja alcançar meus objetivos sem afrontar o outro! E me calo quando me dou conta de que posso ter cometido atrocidades na realização dos meus “objetivos revolucionários”. E me calo para refletir minhas ações.

E o silêncio nascido do meu estarrecimento me desloca para novos lugares de desassossego. Revejo meus contextos, meus conceitos, meu vocabulário, minhas ideias, minha maneira de olhar para as coisas do mundo, de olhar para como eu vejo as coisas do mundo. E as coisas do mundo vão sendo tecidas numa rede de nexos.


E, enfim, o semestre chega ao fim! Porém, creio que me tornei irremediavelmente irrequieta e desconfiada. O exercício de análise crítica se espalhou por outras atividades. Pontos de interrogação não param de brotar na escrita do meu TCE e até mesmo no meu ambiente de trabalho, onde certezas reprodutíveis são cultivadas com esmero.


Autoavaliação do componente curricular Estudos Críticos Analíticos I (2013.1) sob orientação de Fabiana Britto

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