O
que me fez sair do lugar? Terei eu saído do lugar? E se saí, para onde fui? O
que me fez escolher uma direção e não outra? Terei chegado a um lugar
confortável para descansar? Haverá ainda algum lugar para descansar? Conseguirei
eu descansar neste lugar? Uma coisa é certa: para onde quer que eu vá pontos de
interrogação me acompanham. Acho que me tornei irrequieta e desconfiada.
E,
justamente porque duvido, questiono, testo, desafio. No meu TCE me proponho a
questionar padrões estabilizados na dança de salão, buscando possíveis brechas
por onde remobilizar seus fazeres e dizeres. Entretanto, hoje me dei conta de que
meu maior desafio talvez seja alcançar meus objetivos sem afrontar o outro! E
me calo quando me dou conta de que posso ter cometido atrocidades na realização
dos meus “objetivos revolucionários”. E me calo para refletir minhas ações.
E
o silêncio nascido do meu estarrecimento me desloca para novos lugares de
desassossego. Revejo meus contextos, meus conceitos, meu vocabulário, minhas
ideias, minha maneira de olhar para as coisas do mundo, de olhar para como eu
vejo as coisas do mundo. E as coisas do mundo vão sendo tecidas numa rede de
nexos.
E,
enfim, o semestre chega ao fim! Porém, creio que me tornei irremediavelmente
irrequieta e desconfiada. O exercício de análise crítica se espalhou por outras
atividades. Pontos de interrogação não param de brotar na escrita do meu TCE e até
mesmo no meu ambiente de trabalho, onde certezas reprodutíveis são cultivadas
com esmero.
Autoavaliação do componente curricular Estudos Críticos Analíticos I (2013.1) sob orientação de Fabiana Britto
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